HPV e Urologia – Homem
HPV e Urologia – Homem
Introdução
Pouco se conhece da infecção no homem, entretanto podemos extrapolar os dados de infecção na mulher para estes, ou seja, 65% das infecções regridem espontaneamente, 14% possuem um alto índice de recorrência (reaparecimento) e 45% dos pacientes tratados podem manter o vírus latente, ou seja, serem portadores. As localizações mais frequentes no homem são:
- Prepúcio: 60 a 90% dos casos.
- Corpo do pênis: 8 a 55% dos casos.
- Glande: 1 a 20% dos casos.
- Escroto: 5 a 20% dos casos.
- Uretra: 9 a 21% – contaminação uretral cuja manifestação algumas vezes é na forma de verruga que se exterioriza pelo meato. [saiba mais]
HPV e a Área Genital Masculina como Reservatório
A infecção por HPV ocorre na pele e mucosa, podendo ser encontrada em sua forma clínica verrucosa nos genitais, na uretra, na região anal, na orofaringe, na árvore respiratória, além de em outros locais.
O número de estudos que evidenciam que o epitélio genital masculino constitui reservatório do vírus HPV vem aumentando, indicando que o pênis e a uretra são os locais mais comuns.
Alguns trabalhos estudaram o sêmen como provável reservatório e meio de transmissão.
O DNA do HPV pode estar presente na superfície aparentemente normal do pênis e da uretra. A existência de tais reservatórios pode ser pré-requisito para a transmissão sexual do HPV, bem como para o encontro de lesões pré-neoplásicas ou neoplásicas associadas a esse vírus em ambos os sexos.
Alguns estudos evidenciam a pesquisa do DNA do HPV uretral no exame de urina.
Avaliação do Homem com Suspeita da Infecção pelo HPV
Inúmeros trabalhos encontrados na literatura mundial enfatizam a dificuldade de realizar um diagnóstico preciso de HPV. Hoje está claro que não existe um exame único isolado que permita o diagnóstico de certeza.
A peniscopia, vulvoscopia, vaginoscopia, colposcopia localizam lesões suspeitas; não temos certeza de que aquelas alterações encontradas são causadas pelo HPV.
Quando encaminhamos o material para histologia, podemos evidenciar alterações que sugerem a presença do vírus; também não é certeza que existe a infecção, porém esse exame é importante para fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças. E, finalmente, hoje podemos contar com testes de biologia molecular que identificam a presença do vírus evidenciando o seu DNA. Dessa maneira, precisamos localizar lesões suspeitas e nelas pesquisarmos a presença do vírus.
A sensibilidade de um método consiste na identificação dos pacientes possivelmente infectados. Quanto mais sensível for o método, maior possibilidade de definir a infecção. Isso não significa que esses pacientes estejam infectados.
Por isso, o método tem de ter alta especificidade, ou seja, deve permitir distinguir, entre os pacientes suspeitos, aqueles que não têm a infecção. A peniscopia tem alta sensibilidade e os métodos de biologia molecular, alta especificidade.
Peniscopia e Genitoscopia
A PENISCOPIA é um exame para avaliar a presença de lesões causadas pelo HPV no pênis, mas como podemos encontrar as lesões em outras regiões como uretra, escroto, etc., denominamos atualmente o exame como GENITOSCOPIA, pois permite avaliar toda a região genital. [saiba mais]
HPV na Uretra do Homem
O DNA do HPV pode estar presente na superfície aparentemente normal do pênis e da uretra. A existência de tais reservatórios pode ser pré-requisito para a transmissão sexual do HPV, bem como para o encontro de lesões pré-neoplásicas ou neoplásicas associadas a esse vírus em ambos os sexos. Alguns estudos evidenciam a pesquisa do DNA do HPV uretral no exame de urina.
A uretroscopia consiste no exame da uretra distal para avaliar a presença de lesões causadas pelo HPV. [saiba mais]
Oroscopia
O exame da cavidade oral é fundamental, principalmente quando o paciente pratica o sexo oral, ou quando a recidiva é freqüente. Geralmente são encontradas na região lateral da língua, freio sublingual e gengiva. [saiba mais]
Anuscopia/Retoscopia
Consiste na avaliação da região perianal, anal e retal. [saiba mais]
Biópsia Peniana Dirigida
Consiste na coleta de material nas lesões suspeitas de HPV. [saiba mais]
Tratamento
Existem inúmeras modalidades de tratamento nos dias de hoje, e, quando isto acontece deixa-nos claro que nenhum deles é o ideal. Sendo assim, o tratamento vai depender de alguns fatores:
- Da confirmação da presença do vírus;
- Se ele é ou não oncogênico;
- Da quantidade de vírus (carga viral) no material examinado;
- Localização das lesões (se localizado ou disseminado);
- Tamanho das lesões.
Tipos de tratamentos
Os tipos de tratamento foram classificados em químico, quimioterapia, imunoterapia, cirurgia, homeopatia e psicoterapia. [saiba mais]
HPV e Complicações dos Tratamentos e Autotratamento
Podem ocorrer complicações de acordo com o método utilizado e se o tratamento não for corretamente aplicado. [saiba mais]
HPV/ Fimose / Postectomia / Circuncisão a Laser de CO2
Fimose consiste na dificuldade ou impossibilidade de exposição da glande, pois o prepúcio (excesso de pele que recobre a glande) apresenta um anel fibrótico que impede ou dificulta essa exteriorização. [saiba mais]
HPV Escrotal
O HPV escrotal ocorre com alguma freqüência pois sabemos que o uso da camisinha não protege a região escrotal. [saiba mais]
HPV no Abdômen
Podemos encontrar lesões de HPV e regiões extra genitais. Neste caso podemos observar várias verrugas na região do abdome. Foi confirmado HPV de baixo grau.
HPV Inguinal e Perineal
Como muitos homens adquiriram o hábito de usar a camisinha, a incidência de HPV peniana vem diminuindo e por outro lado vem aumentando o HPV em outras regiões extra penianas como por exemplo a região inguinal. [saiba mais]
HPV e Sêmen
Liquido Seminal / Esperma / Espermatozóide
Alguns estudos confirmam a presença do DNA do HPV em líquido seminal no interior do deferente de pacientes vasectomizados e fragmentos de DNA do HPV em espermatozóides. [saiba mais]
HPV e Screening Masculino
Existe uma grande preocupação quando se fala em Saúde Pública quanto a uma maneira de se fazer um screening, ou seja, teste de triagem para podermos saber quem é o portador ou não da doença. [saiba mais]
HPV e Câncer de Pênis
Já está bem estabelecido que o câncer de pênis apresente DNA do HPV 30 a 50% dos casos, e a presença de excesso de prepúcio e fimose aumenta a incidência, tanto de HPV quanto de câncer de pênis.
Uma revisão extensa da literatura deixou evidente que não existe correlação entre HPV e Câncer de próstata. [saiba mais]
HPV e Câncer de Próstata/Vesícula Seminal e Bexiga
Devido a associação de HPV com vários tipos de cancer (colo uterino, anus, pênis, orofaringe, esofago, etc) alguns estudos tentaram correlacionar o cane cer de próstata com o HPV.
Quanto ao câncer de próstata e de bexiga, os estudos variam de 0 100%, pois dependem da metodologia de estudo, do modo da colheita do material, da técnica do teste de DNS, etc. [saiba mais]
HPV e Laser em Urologia
Após uma época de grandes receios quanto à utilização do laser na urologia devido à inadequada utilização de aparelhos em cirurgias da próstata no final do século XX, inúmeros procedimentos urológicos podem se beneficiar dos equipamentos mais atuais. [saiba mais]
Considerações Finais
Fica evidente a preocupação com um diagnóstico preciso dessa infecção, uma vez que acarreta mudanças de hábitos sexuais, constrangimento, sentimento de culpa e problemas conjugais, chegando muitas vezes a separações de casais.
Quando o homem apresenta uma lesão verrucosa, visível, o diagnóstico é mais fácil, porém nos casos de lesões subclínicas a situação já é mais difícil. Nesses casos, a lesão deve ser localizada através de uma peniscopia minuciosa, localizando as lesões suspeitas e colhendo material para estudo histológico e de biologia molecular.
Tanto a coleta de material para diagnóstico (biópsia) como o tratamento somente devem ser instituídos se o paciente apresentar algum tipo de lesão.
Encontramos muitos homens com lesões verrucosas, mas que não se preocupam com elas. Daí a importância de orientar o paciente na realização do auto-exame, para constatar a presença de alguma verruga na região genital.
Prof. Dr. Júlio José Máximo de Carvalho – Telefone: (11) 3832-0505