HPV e Câncer

 

A associação da infecção pelo hpv e com o câncer é conhecida desde 1980 e começou com o câncer do colo do útero.
Nesses estudos mostraram que a presença do hpv está em 98% dos tumores de câncer do colo uterino mas também pode aparecer nas regiões como pênis, orofaringe, laringe, corda vocal e ânus.
Por isso é muito importante onde está fazendo diagnóstico tratamento e hpv, acompanhar o caso e verificar se não tem tendência ou se pode estar evoluindo para um câncer.

 

Foi na década de 90, que foi elucidado o papel carcinogênico de certos tipos de HPV, através de estudos que destrincharam as ações pleiotrópicas das proteínas precoces E6 e E7: a expressão contínua destas proteínas na célula provoca inúmeros efeitos que em última análise resultam na imortalização e transformação maligna da célula. Baseado na presença frequente de determinados tipos de HPV em cânceres anogenitais é que os HPVs foram divididos em categorias de risco oncogênico: enquanto os de baixo risco são encontrados sobretudo em lesões benignas ou de baixo grau de malignidade, os HPV de alto risco contribuem diretamente para a carcinogênese.

Ao longo das últimas três décadas, acumularam-se evidências consistentes da participação desses vírus como agentes causadores de diversos tumores benignos e malignos incluindo não apenas aqueles da região anogenital (colo do útero, vulva, vagina, pênis, ânus), mas também da base da língua, orofaringe e laringe (câncer e papilomatose respiratória recorrente).  A epidemiologia de alguns destes tumores tem se modificado ao longo das décadas, o que parece ser um reflexo da mudança de hábitos resultando no aumento de exposição aos HPVs.

Assim, na atualidade se reconhece que a elevada carga de doença causada por HPV é um problema de saúde pública global.  Mais ainda, passa-se a reconhecer que as doenças por HPV apresentam considerável morbidade e mortalidade também entre os homens. Neste sentido, são muito relevantes os resultados recentes de estudos de história natural das infecções por HPV em homens, que indicam elevada prevalência de HPV nas regiões genital e anal, mesmo entre heterossexuais estritos. Um aspecto crucial neste processo foi a elucidação da história natural das infecções pelos HPVs. Inúmeros estudos de corte, incluindo aqueles conduzidos em nosso país, concluíram que a persistência dos genomas de HPV de alto risco ao longo do tempo é o principal fator de risco para o desenvolvimento das neoplasias cervicais6. A progressão tumoral, até o carcinoma invasivo, depende também de fatores ambientais, como carcinógenos químicos e físicos, ou restritos ao hospedeiro, tais como hormônios, herança genética e resposta imune.

Destacam-se como cofatores implicados na carcinogênese por HPV, o uso de contraceptivos orais, o consumo de cigarros, e imunodepressão seja iatrogênica ou por HIV. Além disso, há boas evidências de associação entre certos polimorfismos genéticos, particularmente os dos genes HLA de classe II, especialmente HLA-DRB1 e DQB1, tem sido associado com a susceptibilidade genética à infecção por HPV e ao desenvolvimento de lesões malignas do colo uterino7. Importante destacar que há aspectos relacionados ao vírus que também contribuem para o risco de doença: algumas variantes virais dos HPVs 16 e 18, designadas como não-européias por serem mais prevalentes nos outros continentes, tendem a persistir mais, aumentando o risco de neoplasia cervical quando comparadas às variantes européias destes HPVs oncogênicos.

O estudo da variabilidade de certos epitopos virais pode fornecer informações relevantes ao conhecimento da carcinogênese e resposta imune relacionada a estes vírus muito prevalentes tanto em esfregaços normais quanto em lesões precursoras e o próprio câncer.

Atualmente sabe-se que o câncer pode ser decorrente de fatôres genéticos, exposição á radiação, alterações emocionais e algumas infecções virais.  O HPV tem íntima relação com diversos tumores, sendo o mais frequente no câncer do colo uterino. Também vem aumentando a incidência de câncer da região anal, oral, faringeana, peniana, dentre outras.

Encontramos relatos de câncer de Pulmão relacionado ao HPV e estudos atuais evidenciam importante papel das CÉLULAS TRONCO  na origem desses tumores.

Em algum momento da vida, todos os indivíduos terão contato com o vírus, mas nem todos desenvolvem câncer. No Brasil ocorrem cerca de 20 mil casos e 4 mil mortes anualmente. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o HPV está presente em mais de 90% dos casos de câncer. Destes, o mais frequente é o do colo uterino, correspondente a 10% dos casos da doença em mulheres no mundo e o segundo tumor mais comum no público feminino, depois do câncer de mama.

Nos homens, o HPV é o principal motivo de câncer no pênis. O urologista com especialidade em HPV Julio José Máximo de Carvalho, que mantém um site e é autor de livros como Manual Prático do HPV e Falando sobre o HPV: Papilomavirus humano, explica os altos números: