HPV e Pediatria, Infância, Criança, Rescém Nascido
A contaminação da criança pelo HPV pode ocorrer por:
- Transmissão maternofetal: durante a gestação (transplacentária), durante o trabalho de parto e por aspiração do líquido amniótico (liquido que envolve e protege a criança durante a gravidez),
- Heteroinoculação; fômites (objetos de uso pessoal como toalhas, sabonete, roupas íntimas, etc.), cuidadores e abuso sexual,
- Autoinoculação (o próprio indivíduo contaminado contamina outras regiões do seu corpo ao coçar, ao tocar, etc.).
Contaminação Durante o Parto
Amostras da região da boca de crianças recém nascidas, filhas de mães contaminadas , apresentam alto índice de DNA do HPV, porém dias após o nascimento, esses índices caem significativamente.
Abuso Sexual
É a foram mais freqüente de contaminação infantil. Temos alguns fatores associados que sugerem violência sexual como:
- Meninos
- Contusão anal
- Laceração anal
- Cicatrizes anais
- Espessamento da pele do ânus
- Relaxamento do esfíncter anal
- Presença de sêmen.
- Meninas
- Laceração do hímen
- Abertura do hímen > 1cm
- Alteração do hímen
- Ausência do hímen
- Roturas da fúrcula
- Cicatrizes da fúrcula
- Contusão genital
- Contusão anal
- Laceração anal
- Cicatrizes anais
- Espessamento da pele do ânus
- Presença de sêmen.
HPV e Recém Nascido
Uma grande preocupação é a transmissão do HPV da mãe grávida para o bebê. Os estudos evidenciam que antes do parto a criança já pode ser contaminada pois o HPV pode estar no líquido amniótico (o líquido que envolve o bebê durante a gravidez).
Sendo assim o recém nascido já pode ter entrado em contato com o HPV mesmo antes do nascimento.
Por isso que o tipo de parto, normal ou cesárea não interfere na contaminação do recém nascido pois a contaminação já pode ter ocorrido antes do parto.
Estudos que pesquisam a presença do HPV na cavidade oral de recém nascido filhos de mulheres com HPV genital constatam a presença do DNA do HPV já no primeiro dia de vida. Felizmente a maioria destas crianças elimina o HPV espontaneamente já no primeiro mês. Isso depende da imunidade de cada indivíduo.
Uma situação preocupante é quando a criança permanece com o HPV na cavidade oral e aos 4 anos de idade podem desenvolver a infecção pelo HPV na orofaringe e laringe se manifestando com o quadro de laringite recorrente. Nesses casos o tipo de HPV envolvido geralmente é o menos grave ou seja os tipos que não estão relacionados com câncer, os HPV não oncogênicos ou sejas o tipo 6 e 11.
Nos casos de laringite recorrente por HPV pode sugerir abuso sexual, ou seja, a criança foi abusada sexualmente por algum adulto contaminado.